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HOMEM: O SER DOTADO DA FACULDADE ANÍMICA DA RAZÃO

O CONHECIMENTO FUNDAMENTAL

Karl Jaspers, filósofo contemporâneo, tinha uma característica própria de lidar com a tinta e o papel. De uma linguagem ímpar, este filósofo permite ao homem saciar sua sede de conhecimentos e ao mesmo tempo, leva este mesmo homem a uma inquietude profunda, diante da missão sempre nova de se lançar na aventura do filosofar em busca da verdade.

Em relação ao universo e à História, expandimos continuamente os limites de nosso conhecimento. É como se nos perdêssemos no infinito das realidades cósmicas e históricas. Face a umas e outras, adquirimos consciência do passageiro e insignificante caráter de nossa existência. Mas, e o universo? Ele se cala. Saberá ele que existe? Em seu mutismo não divisamos o menor sinal de um conhecimento dessa ordem. Nós, porém, sabemos que ele existe. Nós somos estes seres extraordinários que sabem que o universo, essa imensidade, existe. E podemos estudá-lo. Nossa consciência do nada que é o ser humano transforma-se no seu contrário.

Se nada soubéssemos do universo, não seria como se ele não existisse? Isso parece absurdo, mas indagamos: que seria o ser que se ignorasse a si mesmo e de ninguém fosse conhecido? Confundir-se-ia com a mera possibilidade de ser conhecido? Algo que esperaria, por assim dizer, a oportunidade de manifestar-se a um ser capaz de percebê-lo? Nós, esse nada no universo, não seremos o ser verdadeiro, o olho que vê o mundo? E nossa História? Diante dela, temos consciência de nossa insignificância como indivíduos, mas em sentido diverso. Compreendemos o que os homens foram, fizeram, conseguiram. Quanto mais e melhor o compreendemos, mais claramente nos vemos face a um infinito que não nos esmaga e sim nos envolve. Compreender coloca a imensidão a nosso alcance. Jamais ascenderemos a seu nível e não obstante, a despeito de nossa insignificância, a ela pertencemos e ela nos responde.

Que somos nós, que são esses olhos que estão no mundo e veem e conhecem e compreendem? Seres pensantes, somos a dimensão — única, segundo sabemos — onde aquilo que é se revela em nosso pensamento objetivo, em nossa compreensão, em nossa ação, em nossa criação, em cada forma de nossa experiência. Mais ainda: temos não apenas consciência, mas consciência de nós mesmos. Nesta consciência não há tão somente revelação, mas a revelação de si para si mesma.

Demos um salto: passemos da cognição intelectual dos objetos para a consciência subjetiva do que realizamos e experimentamos. A altura que atingimos com esse salto é nada, se a considerarmos do ponto de vista do conhecimento do mundo; considerado, porém, do ponto de vista filosófico equivale à possibilidade de atingir uma nova consciência do ser. É o que denominamos conhecimento fundamental.

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